O Brexit é um desses eventos que será lembrado como a “argentinização” do Reino Unido, aquele momento de cagada monumental que o país pagará com declínio secular.
No caso deles será ‘simplesmente’ perda de crescimento, mas significativa e que impactará principalmente os jovens que votaram contra… Os velhos do sul, saudosistas do império glorioso, estão delirando com uma volta ao passado. Já os do norte, votaram contra “tudo isso que está aí…”, num esquema parecido com a eleição do Trump.
A Escócia, minha nova paixão britânica, votou contra e não me surpreenderia se resolvesse quebrar o pacto de união, desfazendo na prática a Grã-Bretanha.
De qualquer maneira, o país inteiro pagará, por gerações, por esse erro. E a Europa perderá seu líder liberal mais expressivo, uma cultura libertária e humanista rica, que transformou o mundo no que ele é hoje.
Tenho muito pena, tanto por ser um anglófilo de carteirinha, como por ser um europeu (que também é brasileiro).
O curioso é que depois as pessoas não se lembram das escolhas erradas.
Aqui no Brasil é igual, só que cometemos não um, mas dezenas de erros – e há décadas. E a culpa de sermos pobres é dos imperialistas (se você é de esquerda), da colonização portuguesa (se você é de direita), dos judeus, negros, índios ou nordestinos (se você é doente), mas nunca nossa.
A culpa é invariavelmente dos outros…
Triste característica da raça humana, mas que domina o pensamento político e histórico aqui nas nossas terras tropicais.
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