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Foto do escritorMarcelo Costa Santos

Inviabilidade Crônica do Brasil

Atualizado: 23 de out. de 2023

Já faz algum tempo que estou dizendo que estamos recontratando a volta da super inflação crônica.


Eventos inflacionários crônicos, como o Brasil viveu por várias décadas, têm diversas origens – muitas vezes difusas e não muito claras, mas no nosso caso está fundamentada na nossa total incapacidade de resolver o conflito distributivo de forma sustentável.


Com o Plano Real nós vimos uma forte transferência de renda das classes médias e médias altas para os miseráveis e, nos 25 anos seguintes, o ‘equilíbrio’ (sic) foi sendo reestabelecido através de subsídios, inchaço da máquina pública e políticas sociais compensatórias, grande parte de baixa eficácia.


O resultado está aí: um Estado inchado, ineficiente ao extremo; uma estrutura tributária perversa, excessiva e regressiva; um Orçamento que é uma peça de ficção; um país ainda mais desigual, com infraestrutura precária, improdutivo e atrasado econômica e socialmente.


Com o golpe da Dilma em cima do Palocci, ainda no final do Lula 01, a busca por soluções mágicas ao problema distributivo aumentou e, a partir daí, assistimos ao descalabro político-econômico que desembocou no impeachment e na maior crise da Historia do Brasil.


A esquerda, especialmente aquela que estudou economia na Unicamp, continua achando que os culpados são os ‘neo-liberais’ (sic) comandados brevemente pelo Joaquim Levy em 2015, não entendendo a dinâmica da briga distributiva numa economia obsoleta, fechada e dentro de um Estado capturado pelas elites (de direita e de esquerda) justamente para garantir seu quinhão no bolo, tanto faz se funcionário público, banqueiro ou industrial.


E assim chegamos aos anos Bolsonaro, aos anos das promessas de reformas profundas, de liberalização e abertura da economia, do fim dos subsídios e do enxugamento da máquina pública.


E o que temos visto? Um governo de uma inépcia profunda, sem nenhuma capacidade de articulação política e um presidente mais preocupado em ofender o país, em brigar com inimigos imaginários (os comunistas da Coreia do Norte e da Venezuela de fato estão prontos para nos invadir…).


E, enquanto isso, nossos desequilíbrios só aumentam, nosso problema distributivo só se aprofunda uma vez que as soluções fáceis que buscamos se esgotaram e agora somos forçados a enfrentar o problema de frente.


Ou deixar a inflação resolver tudo por nós…


Ainda dá tempo de corrigir o rumo, de retomar o caminho das reformas e da modernização do país. Mas algo me diz que o Bolsonaro vai preferir continuar a nos chamar de maricas e ameaçar os EUA.


E o Brasil fica menor e mais atrasado. E o futuro nunca chega….




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