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Foto do escritorMarcelo Costa Santos

Lurch Adams e sua Musa – ou o que não fazemos por álcool!

Atualizado: 24 de out. de 2023

Cenas de um jantar na periferia de Zürich (estamos em um hotel bem baratex relativamente perto do aeroporto).


Coisas de conferência em modo econômico pela Preservaland.


Precisávamos jantar e resolvemos ir a um local literalmente do outro lado da rua, um restaurante árabe.


Comemos muito e muitíssimo bem (kafta, homus, babaganush, etc), mas com nivel de limpeza duvidoso, muito barato e staff que não falava nada de inglês (não se pode ter tudo na vida…).


Depois de muito sofrer com meu vocabulário em alemão de criança de 9 meses de idade, me lembrei que na Suíça se fala italiano e daí tudo ficou mais fácil.


Havia uma pequeno detalhe: o local era Halal, ou seja, nada de álcool, e o Guilherme queria muito uma cerveja para equilibrar a pimenta de um dos pratos.


Após o jantar fomos procurar um bar na região e o primeiro que achamos era uma tranqueira com ar de puteiro de beira de estrada nos cafundós do Texas. Na mesma hora eu me lembrei de Bagdá Café (os mais velhos com certeza viram o filme de 1987)


E o Guilherme não teve dúvidas: “one Negroni, please.” Tentativa um!


A bar tender, uma cinquentona gordinha com ar de faxineira que provavelmente colocaram para substituir alguém que ficou doente, e com má vontade em atender, ficou com cara de paisagem, possivelmente por ser a primeira vez na vida dela dela que alguém pedia um Negroni. Ela não tinha a menor ideia do que poderia ser.


O Guilherme, otimista por natureza, ainda tentou mais umas três vezes. Sem sucesso, claro.


Pedimos o menu e ficou clara a origem da ignorância: todas as bebidas espirituosas estavam debaixo da definição “Whisky”, independente de ser cognac, Campari, gin ou vodka…


No balcão bem ao nosso lado, um casal surreal: um suíço muito magro e muito alto estava em conversa animada, possivelmente esperando obter favores sexuais, com uma moça muito baixa, bem gorda, possivelmente nigeriana pelo sotaque forte quando usava inglês misturado ao alemão. Além de estar vestida com roupas inadequadas à sua forma física, tinha ar extremamente vulgar. Se não houvesse risco à minha integridade fisica, teria tentado bater uma foto dos dois, mas a prudência falou mais alto.


No fundo do bar, um fumódromo cheio de figuras esquisitas, onde o garanhão com ar de Lurch Addams ia fumar de vez em quando, abandonando temporariamente sua diva.


Acabamos tomando um Gin Tonic sem gelo, sem limão e em copos de limpeza suspeita (ainda bem que somos vacinados contra a hepatite).


A bar tender sumiu por muito tempo e pensei em propor fugir sem pagar, mas era tão barato que não valia a pena.


Finalmente pagamos e saímos rapidamente, pois a vedação do fumódromo estava longe de ser suíça e minha rinite crônica não tolera fumaça.


O que não se faz por uma dose de álcool!





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