Até ontem eu nunca tinha ouvido falar da Marília Mendonça.
Tudo bem que aqui em casa não se ouve sertanejo, nem tampouco axé ou funk, mas nunca ter ouvido falar dela me chocou.
É só comigo, e eu estou completamente desconectado do ‘novo’ Brasil, ou mais alguém passou pelo mesmo?
O Brasil musical que ainda ouço, e pouco – note-se, é o dos anos 60 a 90 e basicamente do que chamo de MEB – Música Elitista Brasileira, pois Milton, Chico, Caetano etc não têm absolutamente nada de popular -, e mais algumas coisas fora de esquadro como o Gismonti.
(MPB, para o povão, sempre foi outra coisa!)
Mas até 15, 20 anos atrás eu ainda sabia das coisas mais populares do Brasil, mesmo não me identificando com elas.
Como sabemos, o oposto de amor não é o ódio. É a indiferença.
E a indiferença foi crescendo lentamente, após anos de luta entre meu otimismo – que me fez voltar para cá em 1990 – e a terrível realidade do país, até que se tornou dominante.
Não saber quem foi Marília Mendonça é só um sintoma, grave, do fim da minha esperança com o futuro do Brasil.
Da minha indiferença.
É só comigo?
Infelizmente, não!
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