Faz tempo que ouço explicações estapafúrdias sobre o crescimento do populismo no mundo todo.
São várias – e complexas – as causas, mas algumas coisas são compartilhadas entre os países.
Além do medo do novo, trazido pelas mudanças tecnológicas e sociais profundas em curso, há duas que se sobressaem, em minha opinião:
– a exclusão de boa parte da classe média baixa dos ganhos econômicos em curso (no caso do Brasil, o empobrecimento de boa parte da base da pirâmide devido à ressaca causada pelo populismo econômico Lula02-Dilma); e
– a fragmentação, somada à total falta de visão de mundo moderna e volta ao radicalismo de discurso, das esquerdas.
A exclusão econômica e social não têm solução fácil e vai demorar para se resolver, se “resolvível” for…
Já a obtusidade das esquerdas é altamente preocupante.
Os radicais Democratas nos EUA vão dar a reeleição de bandeja para o Trump.
PSDB, PT e a ala moderna do PMDB deram a eleição de bandeja para o Bolsonaro. E devem dar a reeleição, a menos que ele morra pela boca (o mais provável hoje…).
No Reino Unido a atual liderança do partido trabalhista é anti-mercado, anti-Europa, anti-razoabilidade, anti-tudo que poderia virar o jogo do Brexit e melhorar a economia deles. Vão continuar sendo omissos e permitirão ao imbecil do primeiro ministro destruir uma união de 300 anos (com a Escócia), talvez uma de 500 (com Gales). Que falta um Tony Blair faz…
O padrão se repete em outros países pela total incompetência das esquerdas em se modernizarem e entenderem as novas regras do jogo político, ou seja, os reais anseios e medos das suas populações.
Relembrar é fundamental: Hitler só chegou ao poder pois sociais-democratas e comunistas se recusaram a fazer um acordo político. Depois deu um golpe e o resto é história. Lula só chegou ao poder quando pôs terno e gravata e mudou sua visão para o centro do espectro, atendendo aos anseios da maioria da população.
Desde a Primeira Internacional que as esquerdas não se entendem… já tivemos problemas graves no mundo por conta disso.
E a ameaça do populismo tosco volta a pairar sobre todos nós. Não só no Brasil.
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