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Foto do escritorMarcelo Costa Santos

Sobre as greves anti-Temer e anti-Dória

Atualizado: 23 de out. de 2023

Ultimamente tenho me abstido de fazer muitos comentários políticos ou de outras naturezas. Tanto por falta de tempo, como por estar cansado do baixíssimo nível das discussões em curso.


Mas hoje não resisti: em dia de passeatas mixurucas, greve longe, mas muito longe mesmo, de ser “geral” e quebradeiras habituais de mauricinhos encapuzados, tive uma experiência “epifânica” equivalente ao dia que descobri que o Dória iria ganhar a prefeitura de SP (três semanas antes da eleição – vide texto da época).


Mostrei para a minha empregada, que mora MUITO, MUITO longe e leva duas horas de ônibus para ir e mais duas para voltar para casa, o áudio com a entrevista do Dória à Rádio JP chamando de vagabundos os babacas que tentaram bloquear seu trajeto hoje cedo, mas “acordaram tarde”.


A vibração dela, a felicidade em ouvir o prefeito que ela elegeu dizer que chegara às 06:30 na PMSP, que ele estava trabalhando enquanto os vagabundos grevistas não, foi impressionante. Ela ficou quase emocionada, a voz beirando uma felicidade que parecia que ia virar choro, vingada, satisfeita e se sentindo representada: afinal levanta todos os dias às 04:30 para cuidar da família e depois enfrentar uma viagem longuíssima para o trabalho duro, pesado de todos os dias.


Ela sabe o valor de trabalhar, de ralar e de se esforçar para “subir na vida”; ela convive com violência e falta de esgoto tratado, entre tantas mazelas comuns na maior cidade da América do Sul; ela não vai se aposentar com 49 anos ganhando o teto ou fortunas indecentes e injustificadas como tantos juízes e milhares de funcionários públicos; ela conhece inúmeras domésticas e tantos outros trabalhadores não qualificados que, ao contrário dela, não são registrados e não têm acesso às supostas proteções da CLT (nós pagamos tudo e mais um pouco para ela); ela não tem acesso aos inúmeros privilégios que CUT, PT e boa parte da nossa esquerda querem preservar como algo bom para o povo.


E aí pergunto:


Povo, qual povo, cara-pálida? O povo de verdade, aquele povo que vocês acham que conhecem e entendem e discutem em inúmeros “papos cabeça” na Vila Mada, estava se lixando para vocês hoje.


Como eles fazem todos os dias, estavam tentando chegar ao trabalho, numa jornada ainda mais difícil do que o normal. Estavam estarrecidos com a baderna que uns babacas mauricinhos, ou sindicalistas apavorados com o fim da mamata proporcionada pelo imposto sindical obrigatório, estavam fazendo.


E aí eu vejo posts de mauricinhos da PUC e da USP dizendo que greve é assim mesmo, que tem causar confusão, deixando implícito nas referências nada sutis dos textos que quem reclama é coxinha…


O que eles não sabem, mas vão descobrir em breve, é que o povo já elegeu o Dória presidente do Brasil!


Acordem, meus queridos tacanhos de esquerda: o povo é conservador, quer trabalhar e progredir na vida, não gosta de vocês e, mais grave para seu projeto político, vocês só fazem (pouco) sucesso com um pessoal majoritariamente branco, urbano, de renda alta, cheios de privilégios e com uma noção porca de justiça social e de economia.


Vendo a vibração dela com o Dória, hoje na hora do almoço, tive a certeza que mesmo que o Sapo Barbudo não seja preso e condenado, ele já é História, com H maiúsculo mesmo, e a Sapinha (Marina) não terá a menor chance contra um trator popular como o prefeito de SP.


O tempo dirá, mas meu oráculo não costuma errar…


Abraços mediáticos e dorianos a todos!


PS: minha empregada furou a greve hoje, assim como 95% do pessoal do meu escritório (os que não conseguiram chegar foram justamente os que moram mais longe…), e pelo menos 80% dos locais em que fui estavam funcionando normalmente. Que fiasco, minha gente! Pegou mal! Aahh, como Schadenfreud é bom!




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